quarta-feira, 22 de janeiro de 2020

PASSARINHO




Passarinho tu que pousas
Aí, num galho de pau,
Ser puro da natureza,
Ser que não pratica o mal,
Vou dialogar contigo
Meu precioso pardal.

Passarinho a tua casa
Se perde na imensidão.
Já a minha, passarinho,
É próxima a um ribeirão
Onde cultivo a saudade
E as mágoas do coração.

Passarinho do meu canto
Eu ouço você cantar.
Vejo que estás alegre,
Já, não posso me alegrar.
O meu coração de dores
Bate no peito a chorar.

Passarinho não me venhas
Pousar na minha janela,
Pra não cantar melodia
Tão bonita e tão singela...
Pois não quero recordar
O olhar de uma donzela.

Passarinho eu te vejo
Batendo as asas, voando...
Também queria voar,
Sair no mundo vagando
E nos grutilhões da terra
Ir minhas mágoas deixando.

Passarinho eu te vejo
Com a sua companheira.
A cubra com suas asas
E voe além da fronteira
Me deixe aqui meditando
Prostrado nessa cadeira.

Cícero Manoel
Viçosa-AL
16 de novembro de 2014

Nenhum comentário:

Postar um comentário