Nessa eleição pra prefeito
De
dois mil e dezesseis,
Moravam
lá na Juçara
Na
quadra quarenta e três
Irandi,
a velha mãe,
E
o esposo Juarez.
Não
discutiam política
Odiavam
opinar,
Os
dois estavam indecisos
Sem
saber em quem votar,
Até
que os candidatos
Foram
lá lhes visitar.
Numa
bonita manhã
Quando
o sol apareceu,
Artur
Freitas sorridente
Palmas
na porta bateu,
Irandi
estava só
E
em casa o recebeu.
O
candidato lhe deu
Um
abraço carinhoso,
Que
deixou na roupa dela
O
seu perfume cheiroso
A
mulher foi a loucura
No
momento precioso.
Artur
pediu o seu voto
Despediu-se
e foi embora.
A
mulher foi pra cozinha
E
disse: Nossa Senhora
Por
pouco não tive um treco
Quase
me acabo agora!
Na
manhã do outro dia
Quando
o sol apareceu
Kelly
Correia elegante
Palmas
na porta bateu
Juarez
estava só
E
em casa a recebeu.
A
candidata lhe deu
Um
abraço carinhoso,
Que
deixou na roupa dele
O
seu perfume cheiroso
Juarez
foi a loucura
No
momento precioso.
Kelly
pediu o seu voto
Despediu-se
e foi embora.
Juarez
foi pra cozinha
E
disse: Nossa Senhora!
Por
pouco não tive um treco
Quase
me acabo agora!
Na
manhã do outro dia
Quando
o sol apareceu
Antônio
Carlos, alegre
Palmas
na porta bateu
A velha
estava só
E
em casa o recebeu.
O
candidato lhe deu
Um
abraço carinhoso,
Que
deixou na roupa dela
O
seu perfume cheiroso,
A
velha foi a loucura
No
momento precioso.
Antônio
Carlos pediu
O
seu voto e foi embora.
A
velha foi pra cozinha
E
disse: Nossa Senhora!
Por
pouco não tive um treco
Quase
me acabo agora!
À
noite Irandi pensava
Numa
cadeira sentada:
“O
abraço de Artur
Deixou-me
atordoada,
A
barba dele bem feita
Deixou-me
arrepiada.
Aquelas
mãos me apertando,
Aquele
lindo sorriso,
É
o homem mais bonito
De
todo meu paraíso,
O
meu prefeito é Artur,
É
15 no meu juízo!".
Juarez
também pensava
Na
janela debruçado:
“Aquele
abraço de Kelly
Deixou-me
atordoado,
O
seu cabelo lisinho
Deixou-me
apaixonado.
Aquelas
mãos me apertando,
Aquele
lindo sorriso,
É
a mulher mais bonita
De
todo meu paraíso,
Kelly
é minha prefeita,
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no juízo!”
A
velha também pensava
Na
sua cama deitada:
“O
abraço de Seu Antônio
Deixou-me
atordoada,
Aquelas
mãos me afagando
Me
deixaram arrepiada.
Aquele
corpão bem alto,
Aquele
lindo sorriso,
É
o homem mais bonito
De
todo meu paraíso,
Seu
Antônio é meu prefeito,
É
12 no meu juízo!"
Daquele
dia pra frente
Ficou
tudo decidido.
O
forte abraço da musa
Enfeitiçou
o marido
Que
passou diariamente
A
seguir o seu partido.
Assim
como a mulher:
Depois
que o galã passou
Lhe
deu um forte abraço
E
a barba nela roçou
Deixou-a
enfeitiçada
E
o voto dela ganhou.
Como
também com a velha
Naquela
ocasião
Que
o empresário lhe deu
Um
grandioso abração
Na
hora ganhou seu voto
E
também seu coração.
Hoje
à tarde eles três
Tiveram
uma discussão
Pegaram
uma grande briga
Por
causa da eleição
Findaram
apartando os cacos
Numa
zoada do Cão.
Só
temos uma certeza
Quando
a novela acabar
O
empresário, a musa,
E
o galã vão se ausentar,
E
quem briga por abraço
Sem
abraço vai ficar.
Quando
a eleição passar
Pode
acontecer talvez,
De
Irandi fazer as pazes
Com
o marido Juarez
E
se juntarem com a velha
Na
mesma casa outra vez.
AUTOR: CICERO MANOEL CORDELISTA