domingo, 15 de abril de 2018

O BEIJO QUE ELA ME DEU ME DEIXOU APAIXONADO



Eu nunca pensei na vida
Amar aquela mulher
Toda cheia de mister,
Sedutora destemida.
Um dia na avenida
Por ela eu fui parado,
Na parede fui jogado,
Minha boca ela lambeu.
O beijo que ela me deu
Me deixou apaixonado.

Grudado no corpo dela
Naquela ocasião,
Senti o meu coração
Bater bem forte por ela.
Aquela mulher tão bela
Me deixou enfeitiçado
Vendo que eu tava gamado
Outro beijo ofereceu.
O beijo que ela me deu
Me deixou apaixonado.

Minha boca ela beijou
Naquela hora maluca
Apertando minha nuca
No meu pescoço colou
Meu coração disparou,
E eu com ela agarrado
Falei meio sufocado:
Quero outro beijo seu.
O beijo que ela me deu
Me deixou apaixonado.

Ontem bem perto de mim
A bonitona chegou
Em meu ombro encostou
E me disse bem assim:
Meu bem você tá afim
De um beijo bem colado?
Um desejo desgramado
Na hora me acometeu.
O beijo que ela me deu
Me deixou apaixonado.

A deusa encantadora
Tornou-se meu grande amor
A minha bonita flor,
Minha musa sedutora.
Foi a minha professora,
Me fez um homem amado,
Me fez cometer pecado,
No dia que me prendeu.
O beijo que ela me deu
Me deixou apaixonado.

Por ela hoje estou perdido,
Não sei mais viver sem ela,
Por causa do beijo dela
Hoje vivo iludido.
Ela é meu jardim florido,
Sem ela estou acabado,
O meu coração danado
Por ela enlouqueceu.
O beijo que ela me deu
Me deixou apaixonado. 

 (Cicero Manoel)
Sítio Ilha Grande, Santana do Mundaú-AL, 14 de abril de 2018

segunda-feira, 2 de abril de 2018

O VELHO, A VELHA, O CACHORRO E O GATO


(Cicero Manoel)

Morava numa fazenda
Em uma pobre casinha
Um velhinho de setenta
Com sua linda velhinha,
Casal lindo e unido
Como aquele não tinha.

Aquele casal se amava
Com amor no coração,
Naquela pobre casinha,
Naquele taco de chão,
Viviam os dois velhinhos
Com muita satisfação.

Os dois velhinhos criavam
Com um imenso carinho,
Um lindo gato murisco
Que se chamava Naninho
E um bonito cachorro
Que se chamava Pretinho.

Aquele casal de velho
Amava seus animais,
O cachorro amava o velho,
Gostava dele demais,
O velho dava ao cachorro
Cuidados especiais.

O lindo gato Naninho,
Também amava a velhinha,
O danado não saía
Do pé da sua doninha,
A velha passava o dia
Com o gato na cozinha.

Numa tarde de verão
Algo triste aconteceu,
Lá na cozinha a velha
Caiu num canto e morreu,
Quando o velho a encontrou
Chorou muito e padeceu.

Na casa saiu o velho
Pela velhinha chorando,
Então, teve um infarte,
Caiu no chão arquejando,
Minutos depois morreu
Para a velhinha olhando.

Aquele casal feliz
Faleceu no mesmo dia,
O gato olhando os dois
Miava e nada entendia,
Lambendo o velho morto
Muito o cachorro latia.

Por muitos dias uivando
Lá o cachorro ficou,
Então no pé da parede
Um dia paralisou,
Morreu em grande tristeza
E também se acabou.

O lindo gato Naninho
Por lá ficou em maltrato,
Miou chamando seus donos
Depois adentrou no mato
Morreu o velho, a velha,
O cachorro e o gato.


Sítio Ilha Grande, Santana do Mundaú-AL, 26 de julho de 2010