quarta-feira, 8 de julho de 2015

A MULHER



























A mulher ao vir ao mundo
Traz consigo a alegria,
Ela traz amor profundo,
Ela muda a cada dia,
Ela é a rosa mais linda
Do jardim da fantasia.

O homem sem a mulher
É um pobre desprezado,
A mulher com seu olhar
O deixa enfeitiçado,
E ele só é feliz
Se a tiver do seu lado.

De uma costela do homem
Deus a fez com seu mister,
O homem precisa dar-lhe
Tudo que ela quiser,
Homem que é homem não vive
Sem carinho de mulher.

A mulher pro homem é tudo,
Ele não vive sem ela,
A mulher é seu pedaço,
Ela é a sua costela,
O homem faz quase tudo
Somente pensando nela.

A mulher fascina o homem,
O deixa alucinado,
Ela é símbolo da vida,
Ela é um reino encantado,
O homem sem a mulher,
Se torna um pobre coitado.

Aquele homem que se casa
Com uma mulher prendada,
E a espanca depois,
Ou a deixa abandonada,
Não é digno de viver,
Um deste não vale nada.

O homem precisa dar
Pra mulher muito amor,
Precisa lhe dar carinho,
Tratá-la como uma flor,
Banhá-la na pura fonte
E aquecê-la em seu calor.

Mulher não pode sofrer,
Nem pode ser esquecida,
Mulher merece respeito
E ser sempre protegida,
Ela é a ave que cruza
A estrada da minha vida.

(Cicero Manoel de L. Alves / Santana do Mundaú – AL / 08 de julho de 2015)

Foto: Renata Soares

domingo, 5 de julho de 2015

EU EM MEU SERTÃO




























Caboclo, o meu sertão
É minha eterna morada,
Nele trabalho de enxada
Com muita satisfação,
No meu ranchinho então,
Numa noite de luar,
Sinto prazer em tocar
Viola pra minha flor,
Fazendo versos de amor
Até um beijo ganhar.

Sou um caboclo da roça
Nela sempre trabalhei,
Com meus pais eu me criei,
Numa singela palhoça,
Na nossa humilde choça
Sempre fui feliz de mais
E sou como os meus pais
Não me dou com a cidade,
Onde impera a maldade,
Roubando a nossa paz.

É lindo ver no sertão
Uma forte trovoada
Do trovão fazer zoada
De estremecer o chão,
Dançar em um forrozão
De levantar a poeira,
Ver terço da rezadeira,
Cantoria de repente,
Coisas que vivem na gente
Sertaneja de primeira.

Nada melhor do que estar
Em uma tarde chuvosa
Fria e muito gostosa
Num fogo a se esquentar,
Tendo milho para assar
Lá nas brasas do fogão
E numa tarde de verão
Aboiar chamando o gado
Galopando no cercado
Versando sobre o sertão.

O meu sertão tem lugares
Dos mais belos que já vi,
Nos seus encantos caí,
Viajei em seus andares,
Voei até em seus ares,
O meu sertão tudo tem,
É a terra do além
Amo esse taco de chão.
Eu não troco meu sertão
Por cidade de ninguém.

Aqui paro e fico ouvindo
Os passarinhos cantando,
Flores vão desabrochando,
Árvores vão se bulindo,
Meu cachorro sai latindo,
Berra a vaca no cercado,
Canta meu galo rajado,
A Acauã, a Perdiz,
Com Deus sou muito feliz
Neste chão abençoado.

Cicero Manoel de Lima Alves / Sítio Ilha Grande / Santana do Mundaú – AL / 5 de julho de 2015

(Xilogravura: Cicero Manoel)


sexta-feira, 3 de julho de 2015

UMA NOITE DE AMOR

(Imagem: Julye Delmiro)



Era uma noite chuvosa
Eu esperava por ela,
A rua estava escura
Pude ver o vulto dela,
Aos poucos se aproximando
Da minha casa singela.


Olhando-a da janela
Sobre a chuva que caía,
O meu coração pulando
Naquela hora eu sentia,
Meu corpo frágil e carente
À sua espera tremia.


Da janela então eu via
A pura imagem sua,
Toda molhada na chuva
No centro daquela rua,
Por vestida que estivesse
Eu a via toda nua.


Nessa noite ela era a lua
Que sobre o céu nublado
Aparecia luzente
Clareando o chão molhado
Do desejo mais profundo
Onde eu me via afogado.


Sobre o meu portão dourado
Eu fui então esperá-la,
Ela pisou a calçada,
Cheguei forte a abraçá-la
Cumprimentos foi o beijo
Que demos em minha sala.


Parei pra observá-la...
Ali linda em minha frente,
O seu vestido molhado
Me incendiava a mente,
Mostrava seu corpo nu
No tecido transparente.


Eu fui a toalha quente
Que o seu corpo enxugou,
Ela foi a chama ardente
Que o meu incendiou,
E meu quarto foi a câmera
Que a cena registrou.


A noite breve passou,
De manhã sorri despido,
Ela foi com minhas roupas
E deixou o seu vestido
Na cama como lembrança
Do capítulo vivido.


Cicero Manoel
Santana do Mundaú – AL
2 de julho de 2015