Livro:
UM CORDEL ATRÁS DO OUTRO
Autor: Cícero Manoel
Ilustrações: Cícero Manoel
Editora: Imprensa Oficial Graciliano Ramos
Capa/Projeto Gráfico/Diagramação: Roger Ferraz
Ano de Edição: 2017
Nº de páginas: 174
Idioma: Português
Local e data de lançamento: 8ª Bienal Internacional do Livro de Alagoas, Maceió-AL, 1 de outubro de 2017
Local e data de lançamento: 8ª Bienal Internacional do Livro de Alagoas, Maceió-AL, 1 de outubro de 2017
DESCRIÇÃO: Livro de cordéis do poeta popular radicado em
Santana do Mundaú. Versos de temática tradicional nordestina, falam ainda de
sua trajetória artística.
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POETA DO INTERIOR
Cresci com satisfação
Andando dentro do mato,
Sou um sujeito pacato
Matuto de pé no chão,
Não troco o meu sertão
Cheio de felicidade,
Por uma grande cidade
Com seu desenvolvimento,
Onde impera o sofrimento,
E a marginalidade.
Andando dentro do mato,
Sou um sujeito pacato
Matuto de pé no chão,
Não troco o meu sertão
Cheio de felicidade,
Por uma grande cidade
Com seu desenvolvimento,
Onde impera o sofrimento,
E a marginalidade.
Na roça eu me criei
Com prazer e alegria,
Nela com a poesia
Desde cedo me casei.
Na roça sempre versei
Agarrado a uma enxada,
Com a mão toda calejada
Cultivando o duro chão
Cantando o meu sertão
Em poesia rimada.
Lá aprendi a narrar
Os causos do interior,
A descrever o amor,
A tristeza e o penar.
Lá aprendi a usar
A simples literatura,
Pra levar minha escritura
Pra uma sociedade
Cheia de bestialidade
Que não sabe o que é cultura.
Sou um
poeta do mato
Das
bandas do interior
Um poeta
cantador
Que faz
da vida um relato.
Perdoe o
meu verso chato
Medido na
cantoria,
Pois
nunca me atreveria
Escrever
verso sem rima,
Como
alguns lá de cima
Fazem com
a poesia.
Na roça
onde fui criado
O meu
verso sai ligeiro,
Lá me
inspiro no vaqueiro
E no
homem do roçado.
No
repente improvisado,
Nas
histórias de trancoso,
No mundo
maravilhoso
Das
festas do interior,
Nas rezas
do rezador,
Nas
prosas do preguiçoso.
Gosto de me expressar
Na arte da poesia
Arte que me contagia
Arte que me faz voar
E que me faz viajar
Seguindo uma linha reta
Em uma nave secreta
Que nunca volte talvez...
Se eu nascesse outra vez,
Nascia pra ser poeta.
Santana do
Mundaú – AL / 27 de janeiro de 2016
(...)
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