segunda-feira, 27 de maio de 2013

A JOVEM LÁ DA CIDADE




Eu sou um pobre caboclo,
Na roça sempre morei,
Sempre trabalhei na roça,
Na roça eu me criei,
Não sei ler nem escrever,
Contudo vou lhe dizer,
Ainda não me casei.

Mas eu sempre tive muita
Vontade de me casar,
É que eu nunca encontrei
Alguém para namorar,
Na paixão não tenho sorte
Mas daqui pra minha morte
Com a paixão vou brigar.

Um dia deixei a roça
E fui até a cidade,
Lá me sentei numa praça
Cheio de felicidade,
Depois eu paralisei,
Em seguida contarei
O que houve de verdade.

Seu moço eu paralisei
Olhando p’uma menina,
Uma moça tão bonita,
Uma garota tão fina,
Seu olhar tão fascinante,
Me perdeu como o horizonte
Se perde entre a neblina.

Era uma estudante
Tinha um caderno com ela,
Usava fones de ouvido
Aquela moça tão bela,
Com seu celular na mão,
O dava mais atenção
Do que as amigas dela.

Eu a olhava, mais ela
Não chegava me olhar,
Pois ela só tinha olhos
Para o seu celular,
Não sei o que tanto olhava,
Sorrindo ela me encantava
Sem eu com ela falar.

Aquela menina foi
A mais bela que já vi,
Olhando aquela menina
Confesso enlouqueci,
Olhando sua feição
Senti bastante atração
De paixão adoeci.

Amor à primeira vista
Dizem que não acontece,
Mas comigo aconteceu,
Porém quem ama padece
Me apaixonei de repente
Pela mocinha decente
Pra Deus eu fiz até prece.

De repente aquela moça
Lá da praça foi embora,
Depois que ela se foi
Ai minha nossa senhora...
Deu vontade de correr
Ir atrás dela e dizer
O que eu sentia na hora.

Assim eu voltei pra roça
Naquela moça pensando,
Com a enxada na roça
Lá eu ficava sonhando,
Em tê-la um dia a meu lado,
Em ser seu eterno amado,
Sonhava até nos casando.

Lá na roça apaixonado
Pra mim uma raridade,
Eu sorria o dia todo
Em plena felicidade,
Com a cabeça voando,
A toda hora pensando
Na moça lá da cidade.

Dias depois decidi
Lá na cidade voltar,
E eu voltei decidido
A moça ir procurar,
Olhar nos olhinhos dela,
E dizer pra moça bela
Que chegava lhe amar.

Lá na praça da cidade
Uma tarde eu passei,
Mas aquela moça bela
Por lá eu não avistei,
Voltei pra casa sem graça
E dias depois pra praça
Novamente eu voltei.

Eu só fiz chegar na praça,
Na mesma ocasião,
Avistei a bela moça
Com seu celular na mão,
Curtindo o fone de ouvido,
E eu por ela perdido
De tanto sentir paixão.

Aí eu criei coragem
E dela me aproximei,
Cheguei bem perto da moça
E desse modo falei:
-Boa tarde moça bela!
Olhei bem nos olhos dela
E assim lhe perguntei:

Moça qual é o seu nome?
Ela então me olhou,
Tirou os fones de ouvido
O seu celular guardou,
E chegou me responder:
- Pra que você quer saber?
Aquilo me abalou.

Aí eu fiquei nervoso
Mas eu consegui falar,
Falei: - Aqui outro dia
Na praça cheguei sentar,
Avistei a senhorita,
Uma moça tão bonita
Que chegou encantar.

Moro na zona rural
Lá é só tranquilidade,
Da cidade eu não gosto,
Falo com sinceridade,
Mas depois que lhe avistei,
Confesso eu comecei
A gostar dessa cidade.

Lá na roça todo dia
Com a enxada trabalhando,
Olhe moça eu só trabalho
Na senhorita pensando,
Eu nunca me apaixonei,
Também nunca namorei,
Mas algo está me domando.

Pra o que está me domando
Não existe explicação,
Foi algo que de repente
Domou o meu coração,
Eu posso estar enganado,
Mas estou sendo domado
Pela insana paixão.

Essa paixão que eu sinto
É algo que me agita,
Eu estou apaixonado
Por uma moça bonita,
Uma moça muito bela,
Você sabe quem é ela?
Ela é a senhorita.

Tudo isso que falei
Aquela moça escutou,
Quando acabei de falar
Direitinho ela me olhou,
Com um sorriso bacana
Disse: -Eu sou Mariana!
Meu peito acelerou.

Então prosseguiu dizendo
E nos meus olhos olhando:
-Só tenho dezesseis anos,
O Médio estou cursando,
Sério nunca namorei,
Mas por aí já andei
Alguns rapazes beijando.

Não gosto de interior,
Gosto mesmo é da cidade,
Hoje só quero estudar,
Fazer uma faculdade,
Ser uma profissional
E ter uma vida legal
Sem passar dificuldade.

Quero que você me entenda
Não pense que sou ruim,
Amigo essa paixão
Que dizes sentir por mim.
Lhe digo pode mata-la
E ligeiro enterra-la
No centro de um jardim.

Você é um moço pobre,
Um simples agricultor,
Pra um homem desse tipo
Nunca vou dar meu amor,
Sou sincera vou falar,
Eu só quero me casar
No mínimo com um doutor.

As palavras que você
Para eu pronunciou,
Nenhum homem até agora
Elas para eu falou,
Lhe agradeço obrigado!
Não sofra apaixonado
Moço você se enganou.

Agora me dê licença
Preciso cuidar da vida,
Moço procure uma moça
Lá da roça e mais vivida,
Moça daqui meu amor...
Não quer um agricultor
Pra ter uma vida sofrida.

Dizendo isso saiu
Pegou o seu celular,
Botou o fone de ouvido
De lá chegou se mandar,
Me deu um grande desgosto
E lágrimas no meu rosto
Ali chegaram pingar.

Fui embora pra meu sitio
Com o coração magoado,
Cheguei em casa tristonho
Fiquei num banco sentado,
Confesso quase endoidei
Lhe digo eu até pensei
Em me matar enforcado.

Mas eu busquei muita força
Em meu Jesus de bondade,
Levantei minha cabeça
Voltei ter felicidade,
E assim cheguei jurar
Nunca mais me apaixonar
Por moça lá da cidade.

Aqui na roça eu sigo
Trabalhando o dia inteiro,
Ainda não me casei
Ainda estou solteiro,
Pois eu só vou me casar
Quando alguém aqui chegar
Pra cuidar desse roceiro.

E esse alguém tem que ser
Uma cabocla prendada,
Que seja bonita, simples,
Ame a roça, a passarada,
Que aprecie o interior,
E que me der seu amor
Sendo minha eterna amada.

Cicero Manoel
Santana do mundaú-Al
26 de maio de 2013
Gravura: Cicero Manoel









sábado, 11 de maio de 2013

VERSOS PARA MINHA MÃE






























Eu rabisquei estes versos
Cheio de inspiração,
Neste poema exponho
Toda a minha emoção
Falando de uma pessoa
Que mora em meu coração.

Essa pessoa é pra mim
A razão da minha vida,
Ela é a minha rosa,
É a minha margarida,
É sangue do meu sangue,
É a minha mãe querida.

Mãe, não quero nessa vida
Ver a senhora sofrer,
As dores que a senhora
Passou pra me ver nascer,
Nestes versos minha mãe
Quero lhe agradecer.

Mãe, a senhora estará
Pra sempre em minha mente,
Obrigado minha mãe,
Por ser calma e paciente,
Passando sono nas noites
Em que estive doente.

Mãe juro eu não consigo
Viver longe da senhora,
Quando eu fico distante
Penso em ti toda hora,
Se você não existisse,
Eu não existia agora.

A senhora minha mãe
É minha doce rainha,
Às vezes fico lembrando
Quando eu era criancinha,
Eu adorava ficar
No seu colo mamãezinha.

Se dependesse de mim
Deus não vinha lhe buscar,
Mãe para sempre comigo
Você iria ficar,
Minha mãe fique sabendo
Que pra sempre vou te amar.

Peço a intercessão de Deus
E da virgem Concebida,
Pra que tenhas mãezinha
Bem muitos anos de vida...
Um beijo do seu filhinho,
Eu te amo mãe querida!

Cícero Manoel
Santana do Mundaú – AL
Maio de 2015