A minha querida mãe,
Senhora
boa e decente,
Certo
dia começou
A
sofrer de dor dente,
Era
uma dor tão do Cão
Que
em certa ocasião
Doía
até na gente.
A
Agente de Saúde
Soube
da situação,
E
marcou-lhe uma ficha
Pra
com seis dias então
Ir
ao dentista passar
Pra
quem sabe arrancar
O
seu dente num puxão.
Quando
o dia chegou
Pro
dentista fui com ela,
Esperamos
duas horas
Perto
de uma janela
Depois
minha mãe chamaram
E
lá dentro arrancaram
O
dente da boca dela.
Assim
que o dente dela
O
dentista arrancou
Me
chamou num reservado
E
logo me ordenou
A
um remédio ir buscar
Só
para desinflamar
O
local que ponteou.
Saí
doido na carreira
Buscar
Amoxilina,
Lá
na farmácia do SUS
Que
ficava na esquina,
Mas
quando perto cheguei
Uma
fila avistei
Que
nos olhos deu neblina.
Vi
mais de trinta pessoas
Na
fila de prontidão
Pra
pegar medicamento
Pra
Diabete, Hipertensão,
Tosse,
Febre, Sinusite,
Diarreia,
Ameba, Gastrite,
Sistosama
e Depressão.
Aí
na fila entrei
E
fiquei a esperar
Me
deu fome e a barriga
Logo
começou roncar,
Nunca
vi tanta demora
Passei
mais de uma hora
Para
minha vez chegar.
Quando
a minha vez chegou
Agradeci
a Jesus
Logo
entreguei a receita
Também
o Cartão do SUS
O
despachante pegou
E
pra minha cara olhou
Com
os olhos igual um cuscuz.
E
perguntou sobre Mãe,
Primeiro
sobre a sua cidade,
Nome
do pai e da mãe
Que
só reta a saudade,
Se
era casada ou solteira
E
ainda por brincadeira
Me
perguntou a idade.
Eu
tudo lhe respondi
Naquele
grande tormento,
Disse
ele: “Ela negra ou branca?”
Aí
naquele momento,
E
falei todo raivoso:
“Deixe
de ser curioso
Me
entregue o medicamento!”
Disse
o cabra: “Já entrego
Eu
preciso perguntar,
Porque
aqui um cadastro
Eu
preciso formular
Para
mandar para Brasília
De
todo ente da família
Que
vem remédio pegar!”
Aí
me deu o remédio
E
eu saí apressado,
A
fila tava maior
De
quando eu tinha chegado,
Atravessei
uma pista
E
cheguei lá no dentista
Onde
Mãe tinha ficado.
Entrei
procurei a pobre
E
veja o ocorrido:
Já
tinha tirados os pontos
Comido
milho cozido
E
no local do velho dente
Outro
dente mais potente
Já
tinha até nascido.
Não
é mentira é verdade
Realmente
aconteceu
Enquanto
eu fui na farmácia
O
fato se sucedeu,
Fui
o remédio buscar
Demorei
tanto voltar
Que
um novo dente nasceu.
O
remédio que eu peguei
Digo
não serviu pra nada,
Porque
quando eu voltei
Mãe
já tava era curada,
Pra
isso ter se passado,
Foi
um milagre mandado
Lá
da sagrada morada.
Confesso
para você
Não
cheguei acreditar,
Mas
pode crer é verdade
Minha
mãe pode provar,
Hoje
só peço a Jesus
Pra
da farmácia do SUS
Eu
nunca mais precisar.
CICERO
MANOEL / SANTANA DO MUNDAÚ – AL / 2 DE OUTUBRO DE 2014