segunda-feira, 21 de setembro de 2020

MEU NASCIMENTO

(Cícero Manoel)


Eu nasci no ano Mil

Novecentos e Noventa.

Dia vinte de setembro

Numa tarde bem cinzenta

Em Garanhuns – Pernambuco

Uma cidade frienta.

 

Quinze pras cinco da tarde,

Com o poder de Jesus,

Lá no Hospital Dom Moura,

Usufruindo do SUS,

Num parto cesariano

Minha mãe me deu a luz.

 

Sou filho de Severina

E também de Severino.

Primos de primeiro grau,

Assim foi o meu destino,

Mãe queria uma menina,

Mas Deus mandou um menino.

 

Quando o médico deu alta

À minha mãezinha bela,

Pra cidade de Correntes

Eu fui levado com ela

Ali naquela cidade

Residiam os pais dela.

 

Lá na casa de seus pais

Assim que a gente chegou

Logo minha vó Maria

Na bacia me banhou,

E papa na minha boca

Com o seu dedo botou.

 

Por Cícero Manoel

De Lima Alves fui chamado.

Ali mesmo em Correntes,

Assim eu fui registrado.

Naquela mesma cidade

Eu também fui batizado.

 

Meu avô Nezinho Elias

E a minha vó Maria,

Foram padrinhos de vela,

Me levaram para a pia.

E me fizeram cristão

Com prazer e alegria.

 

 

Depois de um mês de nascido

Visto por muitas pessoas,

Fui levado de Correntes,

Levando alegrias boas

Para a casa do meu pai

No estado de Alagoas.

 

Pra cidade de Santana

do Mundaú fui levado.

E lá no Sítio Ilha Grande

Com muito amor fui criado

Num lugarzinho bonito

E por Deus abençoado.

 

Numa casinha de taipa

Me criei com alegria,

Nas terras do vô Mané,

Homem de muita energia,

Pai do meu pai Severino

E irmão da vó Maria.

 

Ali eu cresci sonhando

Na nossa pobre casinha.

No terreiro de vovô

Ouvia toda tardinha

As histórias de trancoso

Da minha vovó Zefinha.

 

Eu contei meu nascimento

Como contaram pra mim.

Se eu nascesse de novo

Queria que fosse assim.

O homem conta o que vive

Só nunca conta seu fim.

 

Residencial Jussara – Santana do Mundaú-AL

15 de agosto de 2020