quarta-feira, 20 de julho de 2016

OITENTA E DOIS ANOS SEM O PADRE CICERO
























AUTOR: Cicero Manoel Cordelista

Ha oitenta e dois anos
Na sua flagelação,
Às seis horas da manhã
Na terra da oração
Falecia em casa o padre
Mais famoso do sertão.

“No céu pedirei a Deus
Por toda nossa nação.”
Foram as últimas palavras
Dadas acenando a mão
E abençoando a todos
Dentro do seu casarão.

Quando a notícia espalhou-se
Muitos caíram ao chão,
Chorando desesperados
Em grande desolação,
O sertão entristeceu
Chorou até Lampião.

O Nordeste botou luto
Da capital ao sertão
Quando lá no Juazeiro
Num dia de comoção
Partiu para outra vida
O Padre Cicero Romão.

Quarenta mil pessoas foram
A beira do seu caixão,
Dar o último adeus
Com pesar no coração
Com as lágrimas caindo
Padecendo de emoção.

Seu caixão foi conduzido
Pela grande multidão,
À capela do socorro
Em choro e oração,
Contam que um pombo branco
Chegou pousar no caixão.

Lá foi enterrado o padre
Patriarca do sertão,
Foi servo de Deus na terra
Padeceu humilhação,
Obedecendo a Igreja
E a sua religião.

Foi um homem de poder
Lá em sua região,
Foi pastor dos sertanejos
Com seu cajado na mão
Pregou a paz do senhor
Na força da oração.

Homem de conhecimento
E de uma grande visão,
Cercado de misticismo,
Fatos sem explicação,
Que lhe trouxe aperreios
E muita complicação.

“Meu Padim Ciço é santo”
Diz o homem em procissão,
Sua imagem é colocada
Em toda repartição
Seu nome é pronunciado
Com prazer no coração.

A igreja que o baniu
Já lhe deu até o perdão,
E já está preparando
A beatificação,
Mas para o povo ele é santo
Sem a canonização.

O Juazeiro do Norte
Um misterioso chão,
É símbolo de romaria
E de peregrinação
Em nome do Padre Cícero
O “Santo” de devoção.

Todo dia em Juazeiro
Chega com satisfação
Romeiro de todo canto
Da capital ao sertão
Para visitar a terra
Do Padre Cícero Romão.

Nesse dia enlutado
Com fé e com devoção,
Os devotos do Padrinho
Com o rosário na mão
Vão à missa e cantam cantos
Pedindo sua intercessão.

(Santana do Mundaú – AL / 20 de julho de 2016)

sexta-feira, 15 de julho de 2016

HOJE ME VEIO A SAUDADE



Hoje me veio a saudade
De poder te abraçar,
De em seus olhos olhar,
E na minha ansiedade
Beijar você com vontade.
Recordei em pensamentos
Aqueles lindos momentos
Que juntos nós já passamos,
Quando juntos entregamos
Um ao outro os sentimentos.

Desejei logo adiante
A sua mão me tocando
Seu corpo nu me queimando
Num gemido arrepiante.
Recordei por um instante
Com desejo e com paixão
As nossas roupas no chão,
Seus cabelos assanhados
E os beijos demorados
Que demos em seu portão.

Cicero Manoel Cordelista
13 de julho de 2016