Tem
um sítio arretado,
De
sítio toca da Negra
Esse
sítio é chamado,
E
o porquê desse nome
Vou
deixar bem explicado.
Neste
sítio um riacho
Portanto
chega passar,
Que
vem lá da Ilha Grande
Aonde
eu chego morar,
Lá
no Rio mundaú
Ele
chega desaguar.
Pois
esse certo riacho
O
qual estou descrevendo,
No
Sitio Toca da Negra
Numa
montanha descendo
Em
uma enorme pedra
Ele
passa escorrendo.
Nesse
grande pedregulho
A
água desce rasteira,
Lá
no final dessa pedra
Forma
uma cachoeira,
Todo
mundo pode ver
Só
não ver quem tem cegueira.
Pois
nessa pedra portanto
Tem
uma toca danada,
Eu
nunca fui lá olhar,
Mas
já ouvi camarada,
Dizer
que aquela toca
É
meio mal-assombrada.
O
povo da Ilha Grande
Conta
lá na região,
Que
existia uma Negra
De
uma bonita feição,
Uma
negra bem formosa
Do
corpo de violão.
O
nome dela aqui
Não
vou poder revelar,
Essa
história já ouvi
Bastante
gente contar,
Só
que o nome da Negra
Nunca
ouvi ninguém falar.
A Negra era uma moça
De
uns 16 de idade,
A
moça negra mostrava
Bastante
ingenuidade,
E
quem a via sentia
O
cheiro da virgindade.
O
povo conta também
Que
essa negra solteira,
Era
bonita de mais,
Era
bastante faceira,
E
todas as tardes ia
Tomar
banho na cachoeira.
Pois
toda tarde a Negra
De
sua casa saía,
Lá
pr’aquela cachoeira
A
bonita negra ia,
Se
banhar naquelas águas
Toda
cheia de alegria.
Sempre
ela ia sozinha
E
lá mantinha cuidado,
Para
não cair na toca
Num
buraco tão danado
Que
quem caísse lá dentro
Já
estava sepultado.
Pois
veja o que aconteceu
Um
certo dia então:
A Negra saiu de casa
Cheia
de satisfação,
E
foi lá pra cachoeira
Banhar
seu belo corpão.
Lá
naquela grande pedra
Quando
a negra chegou,
Da
boca daquela toca
Ela
se aproximou,
A
pedra estava lisa
E
ela escorregou.
A Negra então caiu
E
veja o que sucedeu,
A Negra caiu na toca
Nela
desapareceu,
Foi
o fim daquela Negra
Contam
que ela morreu.
Na
beira daquela toca
Ninguém
nunca mias chegou,
O
corpo da linda Negra
Para
sempre lá ficou,
Acabou-se
a linda negra
Que
tanto lá se banhou
Mas
deixa que aquela toca
Lá
ficou mal-assombrada,
Perto
lá da cachoeira
Quem
passa hoje na estrada,
Escuta
a Negra gritando
Fazendo
muita zoada.
Quem
passa hoje por lá
As
vezes sai na carreira,
Quando
escutam a Negra
Fazendo
grande zoeira
Lá
na toca se banhando
Nas
águas da cachoeira.
Tá
lá a Toca da Negra
Por
qualquer um esperando,
Mas
por lá na região
Pessoas
andam falando,
Que
a negra ainda está viva
Naquela
toca morando.
21
de agosto de 2012
Cicero
Manoel de Lima Alves
Sítio
Ilha Grande
Santana
do Mundaú-Al