terça-feira, 30 de janeiro de 2018

AO "FELA" DE MUNDAÚ



Ele é uma personagem
Aqui da nossa cidade,
Ele transmite alegria,
Com ele não tem maldade.
Por "Fela" é conhecido
Esse moço tão querido
Da nossa localidade.

Ele é uma criança,
Sorri igual a um menino.
É o fã número um
Do partido de Zé Lino.
Nas ruas anda brincando
Com o povo caçoando
Seguindo o seu destino.

O seu bordão tão formoso
É simplesmente um "Viva!"
Eu não sei por quanto tempo
Ele está na ativa
É um cidadão direito
Deixo aqui o meu respeito
A esse ser que cativa.

O "Fela" é gente boa
O "Fela" é muito legal.
Nas ruas ele diverte
E anima o pessoal,
Todos brincam com o "Fela"
Pra todos ele dá trela
"Fela" é especial! 

O que seria das ruas
Da nossa cidade bela
Se não fosse o sorriso
Do nosso amigo "Fela".
Sem a sua alegria
Nossa cidade seria
Apenas uma viela.

Quem dera se todo mundo
Tivesse a sua alegria
Nem sempre a gente encontra
Um "Fela" no dia a dia,
Para essa personagem
Deixo a minha homenagem
Em forma de poesia.


Santana do Mundaú-AL, 24 de Janeiro de 2018


Livro: UM CORDEL ATRÁS DO OUTRO (Cícero Manoel)



Livro: UM CORDEL ATRÁS DO OUTRO
Autor: Cícero Manoel
Ilustrações: Cícero Manoel  
Editora: Imprensa Oficial Graciliano Ramos
Capa/Projeto Gráfico/Diagramação: Roger Ferraz
Ano de Edição: 2017
Nº de páginas: 174
Idioma: Português
Local e data de lançamento: 8ª Bienal Internacional do Livro de Alagoas, Maceió-AL, 1 de outubro de 2017

DESCRIÇÃO: Livro de cordéis do poeta popular radicado em Santana do Mundaú. Versos de temática tradicional nordestina, falam ainda de sua trajetória artística.


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POETA DO INTERIOR

Cresci com satisfação
Andando dentro do mato,
Sou um sujeito pacato
Matuto de pé no chão,
Não troco o meu sertão
Cheio de felicidade,
Por uma grande cidade
Com seu desenvolvimento,
Onde impera o sofrimento,
E a marginalidade.

Na roça eu me criei
Com prazer e alegria,
Nela com a poesia
Desde cedo me casei.
Na roça sempre versei
Agarrado a uma enxada,
Com a mão toda calejada
Cultivando o duro chão
Cantando o meu sertão
Em poesia rimada.

Lá aprendi a narrar
Os causos do interior,
A descrever o amor,
A tristeza e o penar.
Lá aprendi a usar
A simples literatura,
Pra levar minha escritura
Pra uma sociedade
Cheia de bestialidade
Que não sabe o que é cultura.

Sou um poeta do mato
Das bandas do interior
Um poeta cantador
Que faz da vida um relato.
Perdoe o meu verso chato
Medido na cantoria,
Pois nunca me atreveria
Escrever verso sem rima,
Como alguns lá de cima
Fazem com a poesia.

Na roça onde fui criado
O meu verso sai ligeiro,
Lá me inspiro no vaqueiro
E no homem do roçado.
No repente improvisado,
Nas histórias de trancoso,
No mundo maravilhoso
Das festas do interior,
Nas rezas do rezador,
Nas prosas do preguiçoso.

Gosto de me expressar
Na arte da poesia
Arte que me contagia
Arte que me faz voar
E que me faz viajar
Seguindo uma linha reta
Em uma nave secreta
Que nunca volte talvez...
Se eu nascesse outra vez,
Nascia pra ser poeta.

Santana do Mundaú – AL / 27 de janeiro de 2016

(...)


terça-feira, 2 de janeiro de 2018

VERSOS PARA MINHA TERRA


Santana do Mundaú,
Terra do meu coração,
Doce pedaço de chão
No qual eu amo pisar.
Teu solo tem muitos anos
De luta e de história,
És meu berço, minha glória,
Meu paraíso, meu lar.

Ergueram-te sobre um rio
Que deságua poluído
Entre o vale esquecido
E no verão vem secando.
Que se vinga dos humanos,
Que transborda no inverno,
Que traz o caos, o inferno,
Limpa, lava, e sai levando.

Santana do Mundaú
Que inspira minha rima,
Terra da Laranja Lima
Laranja de qualidade,
Terra de lindas montanhas,
Terra bonita e bacana,
Mundaú de Santa Ana,
Essa é minha cidade.

Mundaú que foi Mirim,
Povoado importante,
De Augusto Cavalcanti
Nosso emancipador.
Que foi da cana-de-açúcar,
Que produziu algodão,
Que fez parte de União,
Que chorou e sentiu dor.

Terra de muita riqueza
De crescimento sedenta,
Emancipada em Sessenta
Pra nossa felicidade.
Terra de gente sofrida
E de homens corajosos,
Apelo aos poderosos:
Olhem mais nossa cidade!

Santana do Mundaú
Minha terra preferida,
Onde meus versos têm vida,
Eu amo viver aqui!
Santana do Mundaú,
Contigo quero crescer
E no dia que eu morrer
Quero me enterrar em ti.

Cícero Manoel
Santana do Mundaú-AL
10 de junho de 2015


(Foto: Thiago Aquino)