Caboclo,
o meu sertão
É
minha eterna morada,
Nele
trabalho de enxada
Com
muita satisfação,
No
meu ranchinho então,
Numa
noite de luar,
Sinto
prazer em tocar
Viola
pra minha flor,
Fazendo
versos de amor
Até
um beijo ganhar.
Sou um caboclo
da roça
Nela sempre trabalhei,
Com meus pais eu me criei,
Numa singela palhoça,
Nela sempre trabalhei,
Com meus pais eu me criei,
Numa singela palhoça,
Na nossa
humilde choça
Sempre
fui feliz de mais
E sou
como os meus pais
Não me
dou com a cidade,
Onde impera a maldade,
Onde impera a maldade,
Roubando
a nossa paz.
É
lindo ver no sertão
Uma
forte trovoada
Do
trovão fazer zoada
De
estremecer o chão,
Dançar
em um forrozão
De
levantar a poeira,
Ver
terço da rezadeira,
Cantoria
de repente,
Coisas
que vivem na gente
Sertaneja
de primeira.
Nada melhor do que estar
Em uma tarde chuvosa
Fria e muito gostosa
Num fogo a se esquentar,
Tendo milho para assar
Lá nas brasas do fogão
E numa tarde de verão
Aboiar chamando o gado
Galopando no cercado
Versando sobre o sertão.
O
meu sertão tem lugares
Dos mais belos que já vi,
Nos seus encantos caí,
Viajei em seus andares,
Voei até em seus ares,
O meu sertão tudo tem,
É a terra do além
Amo esse taco de chão.
Dos mais belos que já vi,
Nos seus encantos caí,
Viajei em seus andares,
Voei até em seus ares,
O meu sertão tudo tem,
É a terra do além
Amo esse taco de chão.
Eu
não troco meu sertão
Por
cidade de ninguém.
Aqui
paro e fico ouvindo
Os
passarinhos cantando,
Flores
vão desabrochando,
Árvores
vão se bulindo,
Meu
cachorro sai latindo,
Berra
a vaca no cercado,
Canta
meu galo rajado,
A
Acauã, a Perdiz,
Com
Deus sou muito feliz
Neste
chão abençoado.
Cicero Manoel de Lima Alves / Sítio Ilha Grande /
Santana do Mundaú – AL / 5 de julho de 2015
(Xilogravura: Cicero Manoel)
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