Na Sexta -
feira passada
Vi um
matuto falar:
“Amanhã eu
vou pra feira
Um roupa
vou comprar,
Pra
domingo na eleição
E pra
cidade votar.”
Outro perguntou
a ele:
“E tu vai
votar em quem?”
Disse ele:
“No fazendeiro,
E tu não
vota em ninguém?”
Disse o
outro: “Eu vou votar
Naquele
que me deu Cem!
Eu ia
votar no teu
Mas sou
sabido rapaz,
O teu só
me deu Oitenta,
Vou votar
no que deu mais,
Lá no
outro fazendeiro
Que me
mandou cem reais!”
No Sábado
o que se via
Era uma
barbaridade,
Os salões
estavam cheios
Das
mulheres da cidade,
Alisando
os cabelos
Dando um
grau de qualidade.
Uma pro
cabelereiro
Dizia em
ocasião:
“Capriche
no penteado
Alise meu
cabelão,
Quero
ficar bem bonita
Amanhã na
eleição.
No domingo
de eleição
Quando amanheceu
o dia,
Os matutos
acordaram,
E cheios
de alegria,
Vestiram
as melhores roupas
Com pressa
e com agonia.
Subiram
nos caminhões
E foram
para cidade
Enfrentar
imensas filas
Cheios de
ansiedade
Pra darem
poder aos homens
De sua
sociedade.
As damas lá
da cidade
Com os
cabelos alisados,
Estavam
com seus esposos
E os
filhos rodeados,
E os
carros de eleitores
Chegando
superlotados.
Assim num
canto um homem
Chegava
então a perguntar:
Compadre
tô meio assim...
Acho que
eu vou errar,
Me ensine
mais uma vez
Como se
deve votar!
O compadre
lhe ensinou
E ele se
foi ligeiro,
Votar no
seu candidato
Que disse
ser verdadeiro,
Que tem
gado muita terra
E é o
maior fazendeiro.
Numa
esquina outro pergunta
Pra amigo
cheio de graça:
Fez o que
o a Oncinha
Que te
deram ontem na praça?
Disse o
cabra: “Já bebi
Quase todo
de cachaça!”
E assim
passou-se a festa
Da grande
democracia,
Quem foi
as urnas exerceu
A sua
cidadania,
Votando no
candidato
Que achava
que merecia.
E a noite
quando saiu
O triste
do resultado,
Quem
ganhou ficou alegre,
Quem
perdeu ficou magoado,
Dizendo: “Perdi
meu voto
Dei mais
um voto errado!”
E aqueles
que votaram
No fazendeiro
eleito
Diziam: “Ganhei
meu voto
Porque ele
é direito
E vai
trabalhar por nós
Ele é
amigo do peito!”
E assim o
fazendeiro
Cheio de
satisfação,
Foi eleito
outra vez
Lá naquela
região
Para fazer
os matutos
Comerem na
sua mão.
Pois quem
não soube escolher
Ou acabou
se vendendo
Durante
mais quatro anos
Vai
continuar sofrendo
E a comida
ruim
Vai
continuar comendo.
Esses
pobres infelizes
Que não
souberam votar,
De agora
em diante
Nada podem
reclamar
Porque
tiveram o poder
E atiraram
ele no mar.
(Cicero
Manoel Cordelista / Santana do Mundaú – AL / 6 de Outubro de 2014)
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