Em tempo
de pandemia
Pra não
ser contaminado,
O cara pra
todo canto
Tem que
andar mascarado.
Por causa
disso eu passei
Por um
sufoco danado.
Outro dia
pro trabalho
Peguei uma
lotação
E no lugar
do meu lado
Em certa
ocasião,
Sentou-se
uma mulher
Que
prendeu minha atenção.
De cara eu
vi que a mulher
Era um
pouco madura,
Mas tinha
um corpo bem feito,
Com uma
linda cintura
E um
cabelo escorrido
Que lhe
dava formosura.
Fiquei uns
cinco minutos
Somente
olhando pra ela.
Eu olhava
assim de lado
E pensava:
“Como é bela!”
Mas a
máscara que usava
Encobria o
rosto dela.
Puxei
conversa um momento
E lhe
perguntei assim:
- Dona,
você é solteira?
Ela me
respondeu: - Sim!
Vivo à
procura de alguém
Que queira
cuidar de mim!
Eu falei:
- E esse alguém,
Quem sabe
se não sou eu!
Pedi então
seu contato
E ela logo
me deu.
Mas logo
se despediu,
No outro
ponto desceu.
Naquela
mulher formosa
Fiquei o
dia a pensar.
À noite
liguei pra ela
Pedi pra
lhe encontrar
E ela me
disse assim:
- Venha
comigo jantar.
Fui então
a sua casa
E quando
lá eu cheguei
Quando ela
abriu a porta
Confesso,
me assustei,
Me
arrependi da hora
Que por
ela procurei.
Aquela
mulher que eu
Considerava
tão bela,
Tinha um
corte na buchecha,
A boca
toda banguela,
Bigode e barba
no queixo,
Parecendo
uma mazela.
Seu nariz
era roído
Como se
fosse rasgado.
A língua
cortada ao meio,
Um dente
todo estragado,
Beiço
enfolado pra fora,
Uma
verruga de lado.
Eu disse:
- A peste é quem vai,
Jantar com
essa pintura!
Logo
desapareceu
Toda a sua
belezura,
Dei meia
volta e corri
Pra longe
da criatura.
Em casa eu
apaguei
O seu
contato ligeiro
E rezei
pra nunca mais
Topar com
o seu roteiro.
Hoje eu só
paquero alguém
Se eu ver
o rosto primeiro.
*************************
Cícero Manoel
Santana do Mundaú – AL
11 de abril de 2021
.......................................
Foto: Madalena Nascimento
Nenhum comentário:
Postar um comentário