quinta-feira, 28 de maio de 2020

A VENDEDORA DE COENTRO

(Imagem disponível no Google)


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Duas vezes por semana
Ela passa em minha rua.
Aparece logo cedo
Quando o dia se acentua
Muitas vezes me acordo
Ao escutar a voz sua.


Eu não sei onde ela mora,
Eu não sei o nome dela.
Outro dia eu parei
Para escutar da janela
A sua voz entoando
Uma melodia bela.


Outra manhã, curioso,
Eu abri o meu portão
Para ver se eu conseguia
Avistar sua feição.
Pude ver uma mulher
Levando um carro de mão.


Pele escura, corpo magro,
(Observei-a atento).
Calça, camisa, boné...
E o seu caminhar lento.
Entre uma pausa e outra
Ela grita: “Olha o ‘quento’!”.


Com o carro de coentro
Ela sai a trabalhar.
Passa na rua gritando
Pra todo mundo escutar
Que tem coentro novinho
Pra quem quiser lhe comprar.


É mais uma personagem
Da nossa realidade.
É uma mãe que trabalha
Com muita dignidade.
É uma batalhadora
Aqui da nossa cidade.

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Cícero Manoel
Residencial Jussara, Santana do Mundaú-AL

28 de maio de 2020

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