Imagem: José Thales Pantaleão Ferreira
Oh, São Pedro, mande chuva,
Mas tenha pena da gente!
São Pedro eu morro de medo
De passar por outra enchente.
Mande chuva meu santinho
Mas olhe o povo carente.
Mas tenha pena da gente!
São Pedro eu morro de medo
De passar por outra enchente.
Mande chuva meu santinho
Mas olhe o povo carente.
Moro
na beira do rio
No meu Mundaú querido,
Numa pequena casinha
Com meu filho e meu marido.
Na beirada desse rio
Já tenho muito sofrido.
No meu Mundaú querido,
Numa pequena casinha
Com meu filho e meu marido.
Na beirada desse rio
Já tenho muito sofrido.
No
ano dois mil e dez
Eu perdi tudo que eu tinha.
Ficou só uma parede
Da minha pobre casinha
Naquela terrível enchente
Que lavou minha terrinha.
Eu perdi tudo que eu tinha.
Ficou só uma parede
Da minha pobre casinha
Naquela terrível enchente
Que lavou minha terrinha.
Depois
daquela enchente
Apanhei muito na cara.
Alimentei esperanças
De ir morar na Jussara
Mas não ganhei uma casa,
Fui brigar, corri na vara.
Apanhei muito na cara.
Alimentei esperanças
De ir morar na Jussara
Mas não ganhei uma casa,
Fui brigar, corri na vara.
Trabalhei
como uma louca
Passei por cima da brasa.
Na esperança divina
Eu lutei e criei asa
E na beirada do rio
Reconstruí minha casa.
Passei por cima da brasa.
Na esperança divina
Eu lutei e criei asa
E na beirada do rio
Reconstruí minha casa.
Graças
a Nossa Senhora
Eu consegui me erguer,
E nessa beira do rio
Aqui estou a viver
Mas quando chega o inverno
Começa meu padecer.
Eu consegui me erguer,
E nessa beira do rio
Aqui estou a viver
Mas quando chega o inverno
Começa meu padecer.
Nas
noites muito chuvosas
Passo sono, passo frio,
Com medo, preocupada,
Olhando a água do rio.
Quando vejo o rio enchendo
Começo a ter calafrio.
Passo sono, passo frio,
Com medo, preocupada,
Olhando a água do rio.
Quando vejo o rio enchendo
Começo a ter calafrio.
A
injustiça do homem
Me obrigou a voltar
Para a beira desse rio
Onde vivo meu penar
Com medo daquelas águas
Que inundaram meu lar.
Me obrigou a voltar
Para a beira desse rio
Onde vivo meu penar
Com medo daquelas águas
Que inundaram meu lar.
É
por isso meu São Pedro
Que eu peço ao senhor,
Mande chuva para a gente
Mas de nós tenha clamor,
Não leve embora o sossego
Do seu povo sofredor.
Que eu peço ao senhor,
Mande chuva para a gente
Mas de nós tenha clamor,
Não leve embora o sossego
Do seu povo sofredor.
Cícero Manoel
Santana do Mundaú-AL
22 de julho de 2019
Parabéns, e todo meu respeito e minha admiração ao poeta Cícero Manoel.
ResponderExcluir